Bom, apesar de amar cinema, vocês sabem que a minha formação universitária de verdade é Marketing, então hoje eu vim bater um papo com vocês sobre o assunto no qual eu sou especializada.
O mundo está totalmente virado ao avesso em 2020, o que não é surpresa para ninguém. Eu, em meus 24 anos de vida, não me lembro de ter vivido tempos tão conturbados quanto os que vivemos hoje. Pandemia, crises econômicas, racismo. O povo está, com toda a razão, inconformado. São em tempos difíceis que esperamos mudanças nos nossos estilos de vida. Bem, e onde entram as empresas nessa história?
Partimos do princípio de que uma empresa, pequena, média ou grande é feita por pessoas e foco em pessoas. É muito importante que você esteja antenado ao seu público, seus ideais, as causas que defende, visto que somente quando entendê-lo completamente, se sentirá verdadeiramente conectado a marca (e conexão é o que a maioria das pessoas procura, acredite em mim).
Eu aprendi sobre algumas estratégias de responsabilidade social na faculdade e a importância que elas têm não só para o mundo, mas para a própria imagem da empresa. É uma estratégia muito antiga, de humanização, já que muita gente vê o mundo corporativo como algo sem coração, quase robótico. Ao transformar a empresa em algo humano, que sente o impacto do que acontece no mundo, você atrairá outras pessoas que também sentiram e sentem.
Pense nas empresas mais amadas do momento, como por exemplo a Magazine Luiza, a mais bem avaliada pelos brasileiros durante a pandemia ou a Marvel, uma das empresas mais engajadas que eu conheço. Você sabe quais empresas são, pois eu aposto que você segue pelo menos uma delas.
Faça uma busca nas redes sociais dessas empresas. Achou algum post falando sobre alguma causa né? Se você está lendo o post no dia em que ele foi postado, no dia 3 de junho, provavelmente a causa é contra o racismo, certo?
Você precisa, porém, se atentar aos comentários que as pessoas envolvidas na empresa fazem. A empresa com mais avaliações negativas desde o começo da pandemia, por exemplo, teve um problema devido a declaração do dono de que o Brasil não poderia parar graças a “5 ou 7 mil mortes” causadas pelo coronavírus. A fala foi massacrada na internet e a empresa teve uma queda gigantesca no número de clientes e obviamente, no lucro.
Ah, mas você quer dizer que se a empresa se posiciona e as pessoas gostam, vai acontecer um aumento nos lucros? E será que é isso que elas estão procurando?
A resposta é provavelmente sim para as duas perguntas, jovem Padawan. Acho que ninguém deve ser tão inocente a ponto de pensar que nenhuma dessas empresas tenha algum interesse em aproveitar de uma causa popular. Afinal, no momento de maior comoção é que surgem as conexões.
Vamos responder a pergunta do título: a empresa se posicionou, e agora?
Analise bem a causa que a empresa está defendendo. Ela já deu sinais de apoiar essa causa antes? O modo que ela se posicionou agradou o público? Você acha que ela está postando nas redes sociais apenas para conseguir curtidas e seguidores?
Cabe a cada uma das equipes envolvidas após definir um posicionamento dessa magnitude se adaptar ao que eles mesmos acreditam, defender o posicionamento (que provavelmente será criticado) e principalmente não deixar a ideia morrer na praia: o que a empresa está fazendo para combater o problema?
O público, que está cada vez mais exigente, não quer mais saber apenas de palavras e sim de atitudes. Não é sobre apenas conscientizar as pessoas sobre o que acontece de ruim no mundo, mas sim sobre o que as empresas, eu, você e qualquer um estão fazendo para mudá-lo.
Espero que tenham gostado!
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