Se vocês acompanharam os posts dessa semana no MCA, viram que postei algumas das teorias da conspiração relacionadas ao cinema, algumas totalmente doidas. Então, para encerrar a semana temática, vamos falar de uma muito famosa:
Teria Stanley Kubrick ajudado a filmar uma falsa viagem à lua no dia 20 de julho de 1969?
Alíás, essa teoria não é nem um pouco incomum, visto que cerca de 26% da população brasileira não acredita que o homem tenha de fato realizado esse trajeto. Um número maior que o de americanos, que gira em torno de 6%.
Hora de fazermos uma pequena viagem no tempo, para contextualizar:
Nos anos 60, o mundo passava pela Guerra Fria, mais especificamente pela corrida espacial. Estados Unidos e União Soviética disputavam incessantemente para ver quem conseguia mais avanços na área tecnológia que permitisse com que os homens pudessem explorar o espaço de modo seguro. A União Soviética saiu á frente, mandando o astronauta Iuri Gagarin em uma viagem ao redor da Terra, sendo o primeiro ser humano a fazê-lo, em 1961. A partir desse momento, a corrida se intensificou, aumentando mais ainda a tensão entre os dois países. No mesmo ano, o presidente norte-americano John Kennedy declarou que a meta dos Estados Unidos era mandar homens à liua e trazê-los de volta sãos e salvos até o final da década.
Logo em seguida, vários projetos foram desenvolvidos para que a meta fosse devidamente batida. Foram vários testes e bilhões de dólares investidos até que a viagem finalmente ocorreu em 1969 na missão Apollo 11, quando Neil Armstrong e Buzz Aldrin se tornaram os primeiros homens a pisar na lua.
Porém, desde então, muitas pessoas passaram a acreditar que isso nunca aconteceu e tudo teria sido um plano muito bem arquitetado pelo governo dos Estados Unidos para “vencer” a corrida espacial.
Tá, legal. Mas onde Stanley Kubrick se encaixa nessa história?
Vamos para 1964.
Stanley Kubrick, um diretor de cinema já bem conceituado na critica e com o público, com filmes como Glória Feita de Sangue (1957) e Spartacus (1960) no currículo, começa a desenvolver as ideias para seu novo filme que se chamaria 2001: Uma Odisseia no Espaço (que viria a se tornar um dos maiores clássicos da história do cinema).
Para quem não conhece ou não se lembra, o filme se passa majoritariamente no espaço. Em busca de realismo, Kubrick procurou fazer várias consultorias com engenheiros espaciais e cientistas como Frederick Ordiway III, especialista em foguetes que trabalhava com o governo dos Estados Unidos.
Com poucos recursos e sem efeitos especiais avançados, o diretor cria uma técnica especial usando luzes e sombras em ambientes fechados para criar o cenário necessário para o filme. A técnica em questão foi chamada de projeção focal.
E é justamente nessa técnica que os defensores da teoria se apoiam para dar embasamento aos argumentos. Também questionam a alta qualidade das fotos, a bandeira trêmula (o que seria impossível em um ambiente sem vento, em tese), sombras no solo lunar, pegadas na areia e ausência de qualquer marca nos trajes. O autor e documentarista Jay Weidner até acha que a viagem à lua existiu, mas tem certeza que as imagens do dia que foram publicadas são totalmente falsas.
Os conspiracionistas ainda afirmam que Kubrick teria “confessado” sua participação no filme O Iluminado (1980) e colocado alguns easter eggs para o público, como por exemplo:
1- O número do quarto 237 é uma referência à distância da Terra à Lua (e na verdade, é um valor incorreto, porque a distância real ultrapassa as 38 mil milhas)
2- Danny usa uma camisa com a imagem da Apollo 11
3- As gêmeas são uma referência ao Projeto Gemini, uma das tentativas de levar o homem ao espaço
4- Os vários ursos presentes no filme representam a União Soviética
5- Quando Jack escreve “All work no play makes Jack a dull boy”
Obviamente, Stanley Kubrick sempre negou sua participação na viagem à lua (ou suposta viagem, para quem não acredita na história), apesar de acreditar que tinha sim culpa na disseminação da teoria, por ter feito tantas reuniões com cientistas espaciais na época.
Sua filha, Vivian – que por sinal adora acompanhar os avanços científicos da NASA – em 2016 decidiu dar um fim aos boatos e afirmou que seu pai, um homem com consciência política e social, jamais trairia seu povo desse modo, enganando-os. Ela ainda afirmou que isso não passa de uma mentira grotesca.
E você, no que acredita? Me conte!
Espero que tenham gostado!
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