top of page
Buscar
Foto do escritorFlávia Oliveira

Série Especial: Cinema no Brasil – Parte 2

Cinema Novo



O tema de hoje é Cinema Novo!

Vamos continuar a falar sobre as fases do cinema no nosso país?


Caso você não tenha lido a primeira parte, aqui está o link, assim poderá entender melhor o contexto:


No post passado, encerramos nossa narrativa no lançamento do primeiro filme colorido nacional, em 1954.


Também na década de 50 surge um movimento cinematográfico brasileiro, mais especificamente no Congresso Paulista de Cinema Brasileiro e com o famoso lema “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”: o Cinema Novo, que é o grande foco desse post.


O movimento tinha como grande objetivo criticar a alienação causada por filmes hollywoodianos e por filmes nacionais criados nestes mesmos moldes, que consideravam artificiais.


Os filmes do Cinema Novo tinham um tom mais realista e não eram filmes com orçamentos muito altos, em sua maior parte eram em preto e branco e se passavam em cenários simples como campos, favelas e praças e também retratavam pessoas simples, como trabalhadores rurais, soldados e moradores das favelas. A intenção não era mostrar luxo, e sim algo mais próximo do cotidiano brasileiro da época e para tal, diretores e produtores usavam e abusavam da criatividade. Foram ligeiramente inspirados pelo movimento francês Novelle Vague (que futuramente posso fazer um post para explicar), apesar de alguns membros do Cinema Novo considerassem o movimento francês elitista.


Houve três fases do movimento, vamos ler um pouco mais sobre elas:


Primeira fase (1960 – 1964)


Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)

A primeira fase do Cinema Novo retratava especialmente o sertão nordestino e tinha como principais abordagens a fome, desigualdades sociais e alienação religiosa. Não queria mostrar atores bonitos em lugares lindos e sim mostrar um tom mais sombrio. Neste contexto surgiu um dos principais diretores brasileiros: Glauber Rocha. Ele foi o grande representante desse movimento e queria que o público fosse conscientizado sobre problemas sociais e também sobre arte. Outros diretores da época: Cacá Diegues, Ruy Guerra e Nelson Pereira dos Santos.


Os principais filmes da primeira fase do Cinema Novo são:

- Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)

- Cinco Vezes Favela (1962)

- Os Fuzis (1964)

- Vidas Secas (1963)


Segunda fase (1964 – 1968)


Terra em Transe (1967)

Após o golpe militar de 1964, os filmes do Cinema Novo passaram a abordar a ditadura militar como principal tema e se aproximaram do movimento Tropicalista. Também nessa época, alguns diretores tentaram transformar os filmes em algo mais lucrativo e foi criado o primeiro filme do Cinema Novo com protagonistas de classe média: Garota de Ipanema (1968)


Os principais filmes da segunda fase do Cinema Novo são:


- Terra em Transe (1967)

- O Bravo Guerreiro (1968)

- Fome de Amor (1968)


Terceira fase (1968 – 1973)


Macunaíma (1969)

Na terceira fase, o Cinema Novo já estava muito desgastado por conta da censura e repressão, causando uma diminuição no número de filmes e temáticas cada vez mais próximas do tropicalismo. Os filmes dessa fase eram mais polidos e profissionais, quase contrariando os ideais da primeira fase.


Os principais filmes da terceira fase do Cinema Novo são:


- Macunaíma (1969)

- Como Era Gostoso o Meu Francês (1971)

- Pindorama (1971)


O movimento após a terceira fase foi se dissolvendo e dando espaço para um novo movimento: o Cinema Marginal, que tinha estéticas despreocupadas, grotescas e paródico, que também sofreu com a censura, visto que os filmes tinham conteúdo sexual e violento.


Como eu já afirmei em outros posts, cinema com cunho político sempre existiu e agora vimos um pouco mais sobre um movimento nacional com ideologias fortes e posicionamentos firmes.


O próximo post é o último da série especial!


Espero que tenham gostado!

16 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page