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Foto do escritorFlávia Oliveira

Marilyn Monroe – A construção do mito que envolve a atriz


Pense na década de 50. Agora, pense em uma atriz da época. Mesmo que você não assista aos filmes desse período, é provável que você já tenha uma resposta na ponta da língua. E é mais provável que a resposta seja Marilyn Monroe, certo?

Com uma carreira relativamente curta, com o primeiro filme de 1947 e o último em 1961, a aura que circunda a atriz lhe dá, inclusive, um aspecto sobrehumano.

Mas que elementos ajudaram a transformar a atriz em um mito do cinema, praticamente inimitável?

Vou analisar alguns aspectos:


- A fabricação de estrelas

Marilyn antes da fama.

No pós-guerra, era muito comum esse modo de se “produzir” uma estrela. Isso aconteceu com muitos atores e atrizes, incluindo Marilyn. Descoberta em uma fábrica durante a Guerra, Norma Jean teve uma breve carreira de modelo até assinar um contrato com a Fox. Platinou os cabelos, como as de sua ídola Jean Harlow, mudou o nome para Marilyn Monroe. Fez alguns pequenos procedimentos estéticos e assim se dava o começo da história do mito.


- A sensualidade

Marilyn na icônica cena de O Pecado Mora ao Lado (1955)

Após pequenos papeis, como em A Malvada (1950), Marilyn finalmente alcança o sucesso em 1953, emplacando dois filmes na lista dos mais populares do ano: Os homens Preferem as Loiras e Como Agarrar um Milionário. Em ambas, Marilyn interpretava um tipo de mulher diferente do que se via na época. Ela era extremamente sensual, mas parecia não ter consciência do efeito que tinha sobre os homens. Pode-se chamar como o estereótipo da “Loira Burra”.

Eleita a estrela que mais rendia dinheiro aos estúdios, o diretor da Playboy, Hugh Heffner coloca – sem a permissão dela – fotos nuas da atriz na primeira edição da revista. Marilyn, com toda a classe que Deus lhe deu, apenas afirmou que fez as fotos por precisar do dinheiro, conquistando assim, a simpatia do público.

A imagem como “sex symbol” se deu, definitivamente, em O Pecado Mora ao Lado (1955), em que ela grava a inesquecível cena no metrô, sendo assistida por muitas pessoas, enquanto o diretor Billy Wilder gravava a icônica cena.

Para resumir o tópico, posso afirmar que a Marilyn transformou a sensualidade em algo normal para uma mulher adulta, tanto em sua vida quanto em suas personagens (vale lembrar que nos anos 40, uma mulher sensual geralmente era penalizada, principalmente nos filmes). Foi uma das primeiras mulheres a tratar o assunto "sexo" com tanta naturalidade.


- Os boatos ao redor dela

Marilyn e JFK, um dos boatos mais famosos da história.

Marilyn teve um caso com o presidente? Conheceu o Elvis? E a Audrey? Ela tinha o Q.I. maior que o do Einstein? A CIA foi responsável por sua morte ou foi a máfia? Ela falou essa frase mesmo? Em uma pesquisa básica na internet, você encontra várias teorias envolvendo o nome da atriz, principalmente envolvendo sua morte, em 5 de agosto de 1962, aos 36 anos.

Junta-se um monte de pessoas (geralmente interesseiros) que supostamente viram ou sabem de algo para escrever um livro ou fazer um vídeo sobre o assunto ganhe proporções gigantescas, fazendo com que a protagonista dos boatos ganhe ainda mais notoriedade.

Marilyn tem boates, pseudo-vídeos e fatos, além de frases falsas divulgadas até hoje. Existem até filmes que abordam boatos sobre sua vida.


- A determinação e o fato de não fazer só o que lhe mandavam

Marilyn no Actors Studio, onde estudou.

Marilyn pode até não ter tido o Q.I. maior que o de Einstein, mas, com certeza, ela era uma mulher inteligente. Se não fosse, não estaríamos falando dela após quase 60 anos de sua morte.

A atriz sabia muito bem o que queria: ter seu talento reconhecido e agradar seus fãs. Para tal, se inscreveu no Actors Studio, mesmo após já ser famosa, para aprimorar sua capacidade de atuação. Segundo seus professores da época, ela era muito esforçada e se chateava quando não conseguia alcançar o padrão que havia estabelecido.

Ela também queria papéis mais desafiadores, em contrapartida às comédias que participava com frequência. Queria fugir do estereótipo em que foi encaixada. Quando o estúdio a suspendeu por mau comportamento, fez campanhas publicitárias para reverter a “má fama” que a imprensa poderia fazer.

O filme Os Desajustados (1961), talvez seja a maior prova do esforço de Marilyn para ser reconhecida como atriz dramática. Infelizmente também foi seu último filme completo

Quando vemos o nome Marilyn Monroe, já criamos uma viagem na cabeça de quem ela era, o que ela fez. Porém, quando analisada, estudada, vemos uma mulher a frente de seu tempo, que queria ter controle de sua vida, de seu trabalho, e ser respeitada pela indústria e por seus fãs.

Para terminar o post, vou usar uma citação de um ator que Marilyn amava. Ele sintetiza muito bem os motivos que transformaram a atriz em um “mito” do cinema:

“Marilyn era um campo de flores silvestres, um filhote brincando no quintal, um pôr-do-sol rosa em junho. Ela era gloriosa e nós tínhamos de olhar. Isso é talento? Eu não ligo. Era mágico”. – BRANDO, Marlon

"Ela era gloriosa, e nós tínhamos de olhar"

Espero que tenham gostado!

Fontes:

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