A história de hoje é sobre um filme que a aniversariante do dia, Faye Dunaway, se recusa terminantemente a comentar: Mamãezinha Querida (1981, dirigido por Frank Perry).
Ultimamente nós vivemos um período no cinema recheado de cinebiografias como a do Elvis, Queen, Whitney Houston... Mesmo Blonde tenta passar um quê de cinebiografia, por mais que não tenha quase nada de real no filme. Neste caso, estamos falando de uma biografia que arranha, ou pelo menos tenta, a história de uma das maiores lendas da história do cinema: Joan Crawford.
Mamãezinha Querida é baseado no infame best-seller de mesmo nome escrito por Christina Crawford, filha adotiva da atriz. No livro, mostra-se uma Joan diferente do que se via nas telas: a mulher que já havia vencido um prêmio de Mãe do Ano dava lugar a uma mulher agressiva e abusiva que maltratava seus filhos, especialmente Christina.
O livro já causou uma certa discórdia, visto que amigos, fãs e até mesmo os outros filhos adotivos da atriz, Christopher e as gêmeas Cathy e Cindy, negam os abusos e afirmam que Christina só escreveu o livro por querer manchar a imagem da mãe após ser deixada de lado no testamento. Até hoje Christina fala sobre sua mãe, inclusive acusando a atriz de ter assassinado o marido.
Mesmo com toda a polêmica, o livro se tornou filme. E a produção foi verdadeiramente caótica.
Primeiro, queriam que Anne Bancroft interpretasse Joan, mas Anne recusou por não gostar do modo que estavam retratando sua amiga. Então o papel foi para nossa querida aniversariante do dia e vencedora do Oscar, Faye Dunaway.
Só que Faye não é exatamente a pessoa mais agradável do mundo para se trabalhar, segundo seus colegas. Aliás, a grande ironia atrás de tudo isso é que pessoas que conheceram Faye e Joan afirmam que enquanto Joan era uma mulher simpática e educada com todos, Faye é extremamente rude.
Até mesmo a maior inimiga de Joan Crawford, Bette Davis, odiava Faye. Bette afirmou em um entrevista em 1988 no The Tonight Show With Johnny Carson que de todas as pessoas que conheceu, Faye Dunaway era quem ela mais odiava. Até hoje você consegue encontrar alguns relatos de pessoas dos bastidores de filmes ou peças reclamando do comportamento da atriz.
Durante as gravações de Mamãezinha Querida, ela brigou com todos envolvidos na produção, queria que seu namorado, Terry O'Neil fosse creditado, queria mudar todo o roteiro do filme e toda a história. O período foi praticamente uma queda de braço entre Faye, Christina e o estúdio.
Apesar de tudo isso, os envolvidos tinham certeza que a produção seria um sucesso e que Faye Dunaway venceria mais um Oscar de Melhor Atriz por sua interpretação da lenda de Hollywood. Porém, não aconteceu dessa maneira.
A direção de Frank Perry foi criticada, assim como a atuação de Faye, que especialistas afirmaram ser exagerada demais. Chegou até a vencer o Framboesa de Ouro (premiação para os piores filmes). A crítica do New York Times, por exemplo, dizia: “Não consigo imaginar um ser humano que deseje voluntariamente se submeter à experiência de assistir a esse filme”.
Nem mesmo a escritora do livro, Christina Crawford, gostou do filme. Ela odiou o modo que a história foi contada e o fato de não ter escrito o roteiro da produção. Chegou a afirmar que "Essa não é a minha vida, essa não é a minha mãe, essa não é a minha história."
Um dos motivos citados para que Faye Dunaway se recuse a comentar sobre Mamãezinha Querida é que ela acredita que Joan Crawford a assombra desde seu lançamento, com raiva do modo em que foi representada no cinema. Isso eu não sei, mas a verdade é que qualquer jornalista que quiser entrevistar Faye não pode mencionar o filme de modo algum.
Com o tempo, Mamãezinha Querida ganhou um status de cult e tem alguns fãs. Além disso, o longa fez com que Joan Crawford entrasse para a lista de... Maiores Vilões do Cinema segundo o American Film Institute (o que eu acho bizarro, inclusive).
E você, já assistiu Mamãezinha Querida? É fã da Joan Crawford? O que você acha desse filme?
Espero que tenha gostado da história!