Hoje eu vou falar um pouco sobre o filme Limite (1931), considerado pelos críticos e pela Abraccine (a associação brasileiro de críticos) como o melhor filme brasileiro de todos os tempos.
Único filme dirigido e escrito por Mario Peixoto, foi exibido pela primeira vez em outubro de 1931, no meio da transição de cinema mudo para cinema sonoro.
Na época causou uma certa polêmica, não fez muito sucesso com o público e se tornou praticamente um mito do cinema, pois não era mais exibido. Começou a ser restaurado em 1959 mas só chegou ao público novamente em 1978.
Um dos primeiros filmes experimentais da América Latina, já chegou a ser chamado de "O Cão Andaluz da América Latina". Sua narrativa não linear mostra vários acontecimentos ao mesmo tempo e mistura realidade e fantasia.
Ele conta a história de três pessoas em um barco à deriva, cada um com um problema para resolver e cansados da vida: uma mulher que fugiu da prisão, uma fugiu do marido e o homem perdeu sua amante. É como se atingissem o limite das suas existências.
Os enquadramentos do filme são bem curiosos e no geral, as técnicas utilizadas demonstram muita competência e criatividade, ao mesmo tempo que o filme pode sim, se tornar um pouco tedioso para o público.
Seu excesso de cenas filosóficas e a aura de não ser um filme feito para entender e sim para ser sentido ao mesmo tempo que o deixam mais rico e lhe dão uma complexidade enorme, também podem se estender demais em algumas partes ao longo de suas duas horas de duração. Então, quando quiser assistir, recomendo separar um tempinho especial para que consiga entender as referências e a narrativa dele.
Destaco também as atuações dos três atores principais, que estão sombrios e expressam muito bem a tristeza e a melancolia que o filme exige.
Com certeza vale a pena conferir e ver se ele vale mesmo o título de melhor filme nacional de todos os tempos!
Você pode encontrá-lo na minha playlist de filmes nacionais no YouTube: https://youtube.com/playlist?list=PLXWxgXxfIADk7GpLL2udwKXAE4EDT3aBc
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