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Foto do escritorFlávia Oliveira

Especial Cinema ao Redor do Mundo: Novelle Vague


Vamos ao começo de mais uma série no site!

Nesta semana, vou falar sobre alguns movimentos cinematográficos ao redor do mundo, deixando de lado as tão tradicionais produções hollywoodianas.


A nossa história de hoje começa na França, no final da década de 50. Insatisfeitos com as superproduções cinematográficas de Hollywood, cineastas franceses passaram a criar um novo movimento para fazer filmes mais baratos e essencialmente mais pessoais, visto que na época, o cinema francês era tido como frio e impessoal.


Se você já leu alguns posts do meu site, vai perceber que um outro movimento cinematográfico tem parcialmente a mesma descrição: o Cinema Novo. E não é mera coincidência, a Novelle Vague foi realmente a grande inspiração para o movimento cinematográfico brasileiro, tanto que até os nomes são semelhantes: Novelle Vague traduzindo para o português se transforma em “Nova Onda”.


As principais características dos filmes são:


- Atores desconhecidos

- Para se opor as filmagens nos estúdios, as filmagens eram feitas nas ruas.

- Tratavam de assuntos cotidianos e alguns abordavam tabus.

- Liberdade na estética – a câmera ficava em qualquer ângulo e posição e poderiam acontecer cortes repentinos.

- A narrativa não era linear, ou seja, não seguia uma ordem direta e aconteciam idas e vindas no tempo.

- Os filmes eram baratos e até mesmo financiados pelos diretores.

- A principal característica do roteiro era a criatividade e liberdade.

- Os personagens eram pessoas à margem da sociedade: criminosos, rebeldes ou adúlteros.



Jules e Jim (1961) - Um dos principais filmes do movimento.


Os principais diretores e seus filmes:


François Truffaut – Os Incompreendidos (1959) e Jules e Jim (1961)

Jean-Luc Godard – Acossado (1960) e Uma Mulher É Uma Mulher (1961)

Agnès Varda – Cléo das 5 às 7 (1962) e La Pointe-Courte (1955)


Além de ser a inspiração do Cinema Novo, a Novelle Vague também incentivou diretores americanos famosos dos anos 60 e 70, como Martin Scorsese, Francis Ford Coppolla e George Lucas, que foram os responsáveis por consolidar o cinema independente dos Estados Unidos e também foram a grande inspiração de Quentin Tarantino, tanto que sua produtora tem o nome de um filme de Godard, A Band Apart e Pulp Fiction (1991) possuiu uma homenagem ao filme Acossado (1960), também de Godard.


Podemos finalizar falando que o movimento queria, acima de tudo, romper paradigmas e mostrar que tudo poderia acontecer em um filme, prezando como seu maior legado a liberdade de criar.


Decidi abordar o tema nesta semana para que todos possam conhecer mais sobre outros movimentos do cinema que marcaram a história, mas que por não terem ocorrido nos Estados Unidos, por vezes podem ser esquecidos ou não comentados com tanta frequência.


Espero que tenham gostado!


Até o próximo post!

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