SEXTOU! E como uma boa sexta feira não pode faltar uma boa fofoca, hoje eu vou contar sobre uma que abalava a Era de Ouro Hollywoodiana: Bette Davis e Joan Crawford.
Antes de contar sobre a rivalidade, vou explicar sobre cada uma delas para vocês:
Bette Davis (1908-1989)
A dona dos olhos mais expressivos do cinema, Bette foi eleita a segunda maior lenda feminina e foi a ganhadora de dois prêmios Oscar de Melhor Atriz. Com uma carreira muito extensa (ela foi ativa da década de 30 até a década de 80), a atriz era, e é até hoje, reconhecida por seus papéis em melodramas, em que suas personagens beiravam a vilania. Bette também não era o tipo que abaixava a cabeça para tudo que falavam: ela contestava os estúdios, o fato de ter menos ofertas de trabalho quando envelheceu e não tinha medo de disparar frases ácidas.
Você pode conhecer mais sobre a Bette Davis em:
- Perigosa (1935)
- Jezebel (1938)
- Estranha Passageira (1942)
- A Malvada (1950)
- Com a Maldade Na Alma (1964)
- Morte Sobre o Nilo (1978)
Joan Crawford (1904 – 1977)
A décima maior lenda feminina do cinema, Joan Crawford, que ganhou seu prêmio de Melhor Atriz por Mildred Pierce (1945) também teve uma carreira extensa, que começou no cinema mudo chegando até 1972. Ao contrário de Bette, as personagens de Joan eram quase sempre boas moças (Bette chegou a comentar o assunto, afirmando “Por que eu sou boa interpretando megeras? Pois acredito não ser uma. Talvez seja esse o motivo da senhorita Crawford sempre atuar como a mocinha”).
Uma mulher poderosa, Joan sabia deixar os estúdios ao seu favor e nos anos 50, foi uma das primeiras mulheres a ser diretora executiva de uma empresa nos Estados Unidos (no caso, a Pepsi). Joan também teve uma longa lista de conquistas amorosas, que incluíram Clark Gable e Katharine Hepburn (Joan era bissexual, o que Bette também comentou sobre).
Você pode conhecer Joan por:
- Grand Hotel (1932)
- Amor de Dançarina (1933)
- As Mulheres (1939)
- Mildred Pierce (1945)
- Humoresque (1946)
- Johnny Guitar (1954)
O começo da briga:
Nos anos 30, ambas eram sucessos, apesar de seus estilos muito diferentes. Era normal, naquela época, que as atrizes competissem pela atenção do público e dos próprios estúdios (tanto que as duas tiveram suas cotas de rivalidades com outras atrizes ao longo do caminho), mas o estopim para a rivalidade histórica tinha nome e sobrenome: Franchot Tone. Parceiro de Bette no filme Perigosa (1935), a atriz logo se apaixonou por ele. E Joan rapidamente se interessou por ele (contam os boatos que ela inclusive o convidou para sua casa e o recepcionou completamente nua).
Joan foi a grande vencedora da disputa, chegando a casar com o ator pouco tempo depois disso.
Chega então a tão esperada noite do Oscar.
Uma Bette, com uma roupa bem simples, é a grande vencedora da noite. Ela não acreditava, por ser uma atriz praticamente novata. Enquanto foi parabenizada por Tone, ouve da esposa dele, uma super glamorosa Joan Crawford: “Querida Bette! Que linda camisola”.
Pronto. Protocolo “ódio eterno” ativado com sucesso! Haha
Ao longo dos anos essas intrigas entre as duas continuavam, especialmente quando Joan foi para a Warner Brothers, a mesma companhia de Bette. Para vocês terem uma ideia, ela pediu um camarim ao LADO do de Bette. Conta a história que Joan Crawford tentou por algum tempo uma convivência agradável com Bette Davis, enviando-lhe presentes, que não eram aceitos de bom grado, já que Bette achava que estava sendo cantada por Joan.
O Que Terá Acontecido a Baby Jane? – a reunião icônica entre as duas.
Avançamos um pouquinho no tempo, vamos para os anos 60. Agora duas mulheres mais velhas e maduras, Bette e Joan encontram dificuldades para arrumar papeis de qualidade.
A sempre perspicaz e inteligente Joan Crawford então descobre o livro O Que Terá Acontecido a Baby Jane. Ela, que (PASMEM) sempre quis trabalhar com Bette Davis (“Kate Hepburn e Bette Davis estão no topo da lista que eu admiro, porque são muito talentosas, obstinadas e indestrutíveis. A Bette consegue ser uma cabra, mas ela é muito dedicada e honesta” – ela afirmou em sua biografia), ofereceu o script para a rival.
Na história, Bette seria Baby Jane, uma ex-atriz infantil que agora amargurada e alcoólatra se vinga de sua irmã, a ex-atriz, que agora está inválida, Blanche – interpretada por Joan. Nem preciso falar que ela aceitou né?
As duas, porém, encontraram dificuldades em achar alguém que financiasse o projeto. Chegaram até a ouvir que o filme poderia sim conseguir um financiador, mas apenas se atrizes mais novas fossem contratadas. No fim, conseguiram apoio de uma pequena produtora, mas tiveram que cortar seus salários para conseguir uma porcentagem da bilheteria.
A gravação do filme foi um verdadeiro inferno, visto que a trégua já havia acabado. Já começou com Bette Davis trazendo uma máquina de Coca-Cola para o set (lembra que eu falei que a Joan Crawford era diretora executiva da Pepsi?).
E não foi só isso: com medo de ser machucada por Bette, Joan queria uma dublê de corpo. Porém, em uma cena, as duas precisaram interagir e não deu outra: Bette deu um chute tão forte na rival que ela precisou ser levada com emergência para enfermaria para levar alguns pontos. Mas a vingança veio: sabendo que Bette tinha problemas na coluna, Joan comprou uma cinta ergonômica para que a inimiga a carregasse.
O filme foi um verdadeiro sucesso de crítica e de público e obviamente se esperava várias indicações para o longa no Oscar, mas quando elas chegaram, Joan teve uma surpresa desagradável: apenas Bette havia conseguido a indicação na categoria Melhor Atriz.
Enquanto Bette Davis ansiava por seu terceiro Oscar, Joan fez um acordo com as outras atrizes indicadas: se alguma das outras concorrentes ganhasse, era a veterana Joan Crawford quem receberia o prêmio.
E a vencedora do Oscar de Melhor Atriz vai para... Anne Bancroft! E lá vai uma Joan Crawford felizona receber o prêmio, a despeito de uma Bette inconformada.
Algum tempo depois, veio mais uma proposta que uniria as duas: Com a Maldade Na Alma (1964). Por um motivo que só Deus sabe qual, visto que o ódio entre as duas era maior que nunca, elas aceitaram.
Dessa vez, as gravações foram tão infernais que Joan não conseguiu concluir o filme e foi substituída por Olivia De Havilland, que era muito amiga de Bette. Conta a lenda que Bette Davis celebrou a demissão da inimiga com uma taça de... Coca-Cola.
Nunca mais elas trabalharam juntas, mas conta a história que ao saber da morte de Joan, em 1977, Bette disparou “Você não deve nunca dizer coisas ruins sobre os mortos, apenas dizer coisas boas. Joan Crawford está morta. Que bom!”
Existe uma série que trata sobre as gravações de O Que Terá Acontecido A Baby Jane? (1962), em que Susan Sarandon interpreta Bette Davis e Jessica Lange interpreta Joan Crawford. Mas cuidado ao assistir: muitas das coisas que são retratadas na série não aconteceram de verdade. Olivia de Havilland (que está viva e muito bem, com seus quase 104 anos) processou a série, afirmando que não fez nenhuma daquelas declarações e nunca se intrometeu nas brigas de outros atores.
No fim, Bette e Joan eram mulheres notáveis com legados que ultrapassaram qualquer barreira da sétima arte. A rivalidade, apesar de notável, não representa nem 10% do que essas mulheres são para o cinema. Corajosas, sem medo de falar o que pensam ou de se rebelar contra qualquer coisa que não as agradassem, tanto Bette Davis quanto Joan Crawford merecem admiração e o reconhecimento de dois talentos inigualáveis, e acredite, elas sabiam disso.
E você, é #TimeBette ou #TimeJoan?
Espero que tenham gostado!
Fontes:
M de Mulher: https://mdemulher.abril.com.br/famosos-e-tv/bette-davis-joan-crawford-maior-briga-hollywood-feud/
Aventuras na História (cuidado, esse site também tem algumas informações que não são verdadeiras) - https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/bette-davis-x-joan-crawford-maior-rivalidade-da-historia-de-hollywood.phtml
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