Hoje é o dia internacional da mulher e como vocês perceberam nas redes sociais do MCA, tivemos vários posts temáticos.
Para dar continuidade, vou contar um pouco sobre a trajetória de uma grande pioneira do cinema: Alice Guy Blaché.
Ela nasceu no dia 1 de julho de 1873 em Saint Mandé, na França. Blaché foi a primeira cineasta e roteirista de filmes ficcionais na história do cinema.
Em sua carreira relativamente curta de apenas 20 anos, ela dirigiu cerca de mil filmes, dos quais apenas 130 não foram perdidos. Esteve em atividade entre 1894-1922.
Conta a história que Alice estava na primeira sessão de cinema da história e logo começou a trabalhar com os irmãos Lumiére. Pouco tempo depois ela começou a criar seus próprios roteiros e filmes. Ela dirigiu o primeiro filme de ficção da história: A Fada dos Repolhos, de 1896.
Aqui está o filme: https://youtu.be/xKCFQT_wEBA
Ela continuou trabalhando, dessa vez para a produtora Gaumont (a mais antiga da história e que ainda está em atividade). Alice viu o potencial do cinema e seus filmes, mesmo curtos, tinham roteiros, cenários, cortes, efeitos especiais, colorização feita à mão. Ela foi a pioneira nos close-ups para garantir o efeito dramático nos filmes, mas durante muito tempo a técnica foi atribuída a D.W Griffith. Nesse período ela fez muitos filmes, em sua maior parte curta-metragens, de vários temas: a história de Cristo, filmes de dança, uma comédia que hoje em dia seria considerada feminista.
Em 1910, ela e seu marido se mudaram para os Estados Unidos e ela funda sua própria empresa chamada Solax e se torna a única mulher a ganhar mais de 25 mil dólares ao ano no país. Com isso, Alice pode fundar seu próprio estúdio, chamado Fort Lee.
Também foi pioneira e dirigiu o primeiro filme em que todos os atores são negros, chamado Um Tolo e Seu Dinheiro (1912). Até aquele período, apenas brancos podiam atuar e quando precisavam de um personagem negro usavam blackface.
Alice também era ativa em causas sociais e era a favor de uma maior liberdade para as mulheres incluindo o direito ao voto, bandeira que já defendia muito tempo antes do sufrágio feminino nos EUA em 1920.
Em 1918, ela e o marido se divorciam. Tentaram continuar o trabalho juntos, mas foi impossível e em 1922 Alice volta para a França. Agora sem apoio, a cineasta não consegue retornar ao trabalho e passa a se dedicar a contar histórias infantis.
Em 1964, ela retorna aos Estados Unidos e vive no país até sua morte, em 24 de março de 1968, aos 94 anos.
No Dia Internacional da Mulher é nossa obrigação relembrar visionárias que abriram o caminho para que o mundo assistisse do que uma mulher é capaz. A trajetória de Alice Guy Blaché é impressionante e mesmo assim, uma de suas maiores mágoas foi a sensação de que seu lugar como pioneira da Sétima Arte fora apagado e esquecido. Mas não foi. Afinal, nunca conheceríamos os trabalhos de Kathyryn Bigelow, Greta Gerwig, Regina King, Ida Lupino, Sofia Coppola, Chloe Zhao se não houvesse uma Alice Guy Blaché!
Para todas as mulheres que seguem o Marketing Cinema Ação desejo um feliz dia da mulher e desejo que todos os seus planos se tornem realidade.
Espero que tenham gostado!
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